Resumo: A Bardana (Arctium lappa L.) é uma planta bienal da família Asteraceae conhecida por suas raízes grossas e propriedades medicinais. Suas folhas basilares surgem no primeiro ano, seguidas por um caule floral no segundo ano. A bardana é utilizada no tratamento de distúrbios digestivos, dores articulares, dermatites e possui uma rica composição química. Pode ser consumida oralmente ou aplicada topicamente, com formulações caseiras para diversas condições de saúde. No entanto, deve ser usada com cuidado durante a gravidez.
Nome Científico: Arctium lappa L.
Família: Asteraceae.
Nomes Populares: Bardana, baldrana, erva-dos-tinhosos, pegamassa, carrapicho-de-carneiro e carrapicho-grande, gobô, orelha-de-gigante, bardana-maior, pergamasso.
Descrição Botânica: A bardana é uma planta herbácea bienal que pode atingir de 50 cm a 2 m de altura, caracterizada por suas raízes grossas e caule robusto. No primeiro ano, exibe folhas basilares, enquanto no segundo ano, desenvolve um caule floral ramificado que pode alcançar até 1,5 m de altura, sendo suave e de cor alva. Suas flores são pequenas, de coloração violeta, agrupadas em capítulos florais, que formam frutos esféricos com espinhos falsos que facilmente aderem a roupas e pelos de animais, tornando-a uma planta invasora. A bardana cresce naturalmente em montes de lixo próximos a habitações e não tem preferência específica por tipo de solo ou clima. A raiz deve ser colhida no primeiro ano de cultivo, e as folhas, antes da floração, sendo melhor aproveitadas quando frescas, pois é quando apresentam seu maior valor terapêutico.
Composição Química: A bardana contém óleo essencial, inulina, mucilagens, lapatina, taninos, sais minerais, ácido clorogênico e vitaminas do grupo B.
Benefícios: A planta é conhecida por suas propriedades no tratamento de distúrbios digestivos, atuando como diurético e anti-inflamatório para alívio das dores articulares, como a artrite. Além disso, é utilizada no tratamento de dermatites, agindo como antisséptico e anti-inflamatório.
Parte Utilizada: Raiz.
Formas de Administração: Pode ser ingerida oralmente ou aplicada topicamente.
Uso Recomendado: Indicado para adultos.
Posologia e Modo de Uso:
Decocção: Prepare uma infusão com 2,5g (equivalente a 2,5 colheres de chá) em 150mL de água.
Uso Oral: Consuma 1 xícara de chá, de 2 a 3 vezes ao dia.
Uso Tópico: Aplique compressas na área afetada da pele 3 vezes ao dia.
Receitas Caseiras:
Para Furunculose (depurativo): Prepare um decocto com 1 colher de sopa de raiz fatiada em 1 xícara de água fervente. Deixe ferver por 5 minutos. Após esfriar um pouco, coe e consuma a raiz cozida. Tome 1 xícara de chá 3 vezes ao dia, preferencialmente fora das refeições principais.
Para Dermatoses Úmidas e Purulentas, Acne, Eczema e Pruridos: Ferva 2 colheres de sopa de folhas frescas fatiadas em 1 xícara de água. Coe e adicione 1 colher de chá de mel e 3 gotas de própolis. Use essa solução para fazer compressas na área afetada 2 vezes ao dia.
Para Furunculose: Coloque 6 colheres de sopa de raiz fatiada em 1 garrafa de vinho branco. Deixe em maceração por 8 dias e coe. Tome 1 cálice antes das principais refeições.
Para Depuração, Diurético e Antidiabético: Macere 2 colheres de sopa de raiz picada em 1 xícara de álcool de cereais a 70% por 10 dias. Coe e tome 10 a 15 gotas diluídas em água, de 2 a 3 vezes ao dia, antes das principais refeições.
Para Insuficiências Hepáticas: Ferva 1 colher de sobremesa de raiz fatiada e 1 colher de sobremesa de folha de alcachofra fatiada em 1 xícara de água. Coe e tome 1 xícara de chá, 3 vezes ao dia, de preferência uma vez em jejum e as demais 30 minutos antes das refeições principais.
Contraindicações: Use com cautela durante a gravidez.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada n. 10, de 9 de março de 2010. Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Diário Oficial [da] União da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 10 mar. 2010d. Não paginado.
GARCIA, AA. et al. Fitoterapia. Vademécum de prescripción. Plantas medicinales. 3ª ed. 1999.
GRUENWALD, J et al. PDR for herbal medicines. 2000.
WITCHL, M et al. Herbal drugs and phytopharmaceuticals. A handbook for practice on a scientific basis. 3 ed. Medpharm. CRC Press. Washington. 2004.
CEO EDUARDO MAIA
Farmacêutico & Fitoterapeuta Clínico
Consultor Técnico Regulatório
Professor Digital
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