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Perda de Peso com Sabor: O Papel do Chá Verde na Dieta

Resumo: A Camellia sinensis, também conhecida como planta do chá, é uma notável fonte de diversos tipos de chás, incluindo o chá-verde e o chá-preto. Esta planta perenifólia de origem asiática possui folhas ricas em proteínas, glicídeos e polifenóis, sendo valorizada por seus benefícios à saúde. Além de ser associada a tradições medicinais, como o tratamento da asma e controle da diabetes, estudos modernos indicam sua eficácia na redução de peso corporal e na prevenção de doenças cardiovasculares. No entanto, seu consumo deve ser cuidadoso devido a possíveis efeitos adversos. A Camellia sinensis também é reconhecida por dar origem a cinco tipos principais de chás, cada um com características únicas de processamento.

A Camellia sinensis, pertencente à família Theaceae, é uma planta fascinante amplamente reconhecida pelos nomes populares, como chá, chá-verde, chá-preto, chá-da-índia, black tea (em inglês) e green tea (em inglês). Este arbusto perenifólio, de copa piramidal e densa, cresce a uma altura de 3-4 metros. Suas folhas, simples e lanceoladas, medem entre 4 a 7 cm de comprimento, sendo quase glabras. As flores, brancas e solitárias, podem surgir em grupos de duas ou três nas axilas foliares. Seus frutos consistem em cápsulas deiscentes e oblongas, contendo de 1 a 3 sementes.

As folhas jovens da Camellia sinensis são especialmente valorizadas, pois são colhidas nesse estágio para produzir o renomado chá-preto e chá-verde. Originária da Ásia, nas regiões de Assam, Laos e Sião, essa planta é cultivada extensivamente, principalmente na China, Japão, Ceilão e, em menor escala, no litoral sul do estado de São Paulo, no Brasil.

Fitoquímica e Transformação: As folhas não fermentadas desta planta abrigam uma riqueza de componentes, incluindo proteínas (15 a 20%), glicídeos (5%), ácido ascórbico, vitaminas do complexo B e bases púricas, destacando-se a cafeína (2 a 4%) e polifenóis (30%). Entre os polifenóis, encontram-se monosídeos de flavonóis, flavonas, catecóis e epicatecóis livres e esterificados pelo ácido gálico, bem como produtos de condensação e taninos (10 a 24%).

Após um processo de fermentação, a infusão resultante passa de amarelo pálido (chá-verde) para vermelho castanho (chá-preto), devido à oxidação dos polifenóis, especialmente pela formação de benzotropolonas. O aroma distintivo é resultado da presença de compostos voláteis, gerados durante as etapas de fermentação e secagem. Isso inclui derivados cetônicos, provenientes da degradação de carotenos, hexenal, originado pela oxidação de ácidos graxos insaturados, e diversos heterocíclicos, que surgem devido à oxidação e rearranjo estrutural de monoterpenos.

Benefícios e Usos: A medicina tradicional chinesa há muito tempo utiliza o chá-verde no tratamento da asma, angina de peito e doenças vasculares, enquanto o chá-preto é valorizado como tônico geral, auxiliando no combate a gastrenterites e no controle da diabetes. Nos dias de hoje, pesquisas relacionam o consumo desses chás à redução de peso corporal, alívio da síndrome metabólica, prevenção do diabetes e de doenças cardiovasculares, em modelos animais e humanos. A dose recomendada é de 3 a 4 xícaras diárias, correspondendo a 600 a 900 mg de catequinas, sendo o chá-verde particularmente eficaz nesse aspecto. Os mecanismos de ação incluem a redução da absorção de lipídios e proteínas no intestino, causada pelos componentes do chá, e a ativação do cAMP pelos polifenóis, afetando músculo esquelético e tecido adiposo.

Administração e Cuidados: A parte utilizada são as folhas, e a via de administração é oral, com uso destinado a adultos. Recomenda-se a preparação por infusão, com a ingestão de duas xícaras ao dia. Além disso, é possível utilizar extrato seco padronizado (50% de polifenóis) na faixa de 100 a 600 mg por dia. Formulações caseiras também são populares, onde uma colher de chá cheia da planta é infundida em uma xícara de água fervente, devendo repousar por 3 minutos antes de ser consumida.

Cuidados e Curiosidades: O consumo habitual pode causar leve constipação intestinal, sendo importante evitar o uso noturno em indivíduos propensos à insônia. Além disso, em casos de uso crônico, pode haver aumento dos períodos e da duração de convulsões, portanto, é crucial atenção aos limites de consumo. Ainda, um aspecto curioso a ser destacado são os cinco principais tipos de chás derivados da Camellia sinensis, que variam conforme o processo de beneficiamento: chá-preto, chá oolong, chá-verde, chá-branco e chá-vermelho, cada um com suas características únicas e propriedades especiais.

A Camellia sinensis continua a encantar não apenas com sua diversidade de sabores, mas também com seus benefícios à saúde que têm sido explorados ao longo de gerações, tornando-se uma planta verdadeiramente notável.

REFERÊNCIAS:
LORENZI, H.; MATOS, F.J.A Plantas medicinais no Brasil. Nativas e exóticas. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
SAAD, G. A et al. Fitoterapia Contemporânea: tradição e ciência na prática clínica, 2ª edição. Guanabara Koogan, 2016.

Eduardo Maia

CEO EDUARDO MAIA

Farmacêutico & Fitoterapeuta Clínico
Consultor Técnico Regulatório
Professor Digital

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