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Desvendando os Segredos Terapêuticos do Lúpulo: Um Aliado para a Menopausa e Libido

Resumo: O lúpulo (Humulus lupulus) é uma planta trepadeira perene pertencente à família Canabacea, conhecida por suas propriedades terapêuticas comprovadas, como o tratamento da ansiedade e distúrbios do sono. Suas flores, que se transformam em cones de fruta, contêm uma variedade de substâncias, incluindo sesquiterpenos, monoterpenos, ésteres alifáticos, ésteres terpênicos, flavonoides, taninos e princípios estrogênicos. Estudos clínicos demonstraram sua eficácia em aliviar sintomas da menopausa, como ansiedade, depressão, sintomas físicos e vasomotores, além de melhorar a libido e reduzir o número de fogachos. O lúpulo pode ser utilizado na forma de tintura, extrato seco padronizado ou pó, por via oral, em doses recomendadas, embora seja importante considerar suas contraindicações, como náuseas, vômitos e possíveis alergias, e sempre consultar um profissional de saúde antes de iniciar o tratamento.

 

É com satisfação que hoje discutiremos acerca de uma planta de considerável interesse botânico denominada Humulus lupulus, conhecida popularmente como lúpulo, vinha-do-norte, engatadeira, lúpulo-trepador ou pé-de-galo. 

Pertencente à família Canabacea, o lúpulo apresenta uma série de propriedades que serão abordadas em conjunto. Trata-se de uma trepadeira longa e perene, podendo alcançar de 6 a 8 metros de comprimento, atingindo até 12 metros em algumas variedades. Suas flores, desenvolvidas exclusivamente nas plantas femininas, transformam-se em cones de fruta, normalmente florescendo entre julho e agosto, com maturação dos cones entre setembro e outubro. Originária do Norte da Eurásia, esta planta foi disseminada globalmente por aficionados da cerveja. No que tange ao seu cultivo, as plantas femininas são propagadas por meio de clones e recortes, uma vez que a obtenção de sementes pode ser desafiadora. Para seu desenvolvimento, o lúpulo requer um solo bem drenado e rico em húmus, exposição solar adequada e abrigo contra ventos. Além disso, necessitam de estruturas de suporte para escalarem e prosperarem. As flores do lúpulo são melhor colhidas do verão ao outono, secando rapidamente após a colheita.

Passemos agora a analisar a fitoquímica do lúpulo. Este é composto por uma variedade de substâncias, incluindo sesquiterpenos, monoterpenos, ésteres alifáticos, ésteres terpênicos, bem como princípios amargos resinosos, flavonoides, taninos, e princípios estrogênicos, entre outros.

Mas qual a utilidade do lúpulo? É reconhecido por sua eficácia no tratamento de ansiedade e distúrbios do sono, conforme atestado por estudos clínicos. Além disso, é indicado para inapetência, dispepsias hiposecretoras, coleocistite, espasmos gastrointestinais, taquicardia, enxaquecas, neuralgias e transtornos associados ao climatério e libido. Suas propriedades terapêuticas são atribuídas ao óleo essencial, às oleorresinas amargas e aos flavonoides. Os princípios amargos conferem uma ação eupéptica e aperitiva, úteis em casos de anorexia e inapetência. Por outro lado, os flavonoides apresentam uma leve ação diurética quando combinados com sais de potássio. O óleo essencial possui propriedades sedativas, ligeiramente hipnóticas e antiespasmódicas, sendo esta última ação decorrente da interação entre o óleo essencial e os flavonoides. A combinação do óleo essencial, flavononas e princípios amargos demonstra poder bacteriostático, bactericida e fungistático. As substâncias fitoestrógenas presentes no lúpulo exercem atividade antiandrogênica no nível suprarrenal e testicular em casos de hiperexcitabilidade masculina, bem como localmente na acne juvenil. Além disso, tais fitoestrógenos são úteis em casos de insuficiência ovariana hipoestrogênica, especialmente durante os “calores” da menopausa.

Em um ensaio clínico randomizado, 120 mulheres foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos, recebendo comprimidos de lúpulo ou placebo por 12 semanas. Os primeiros sintomas da menopausa foram avaliados usando a escala de Greene, e as ondas de calor foram registradas em um diário antes, após 4, 8 e 12 semanas de intervenção. Os resultados foram notáveis, conforme segue:

– Para ansiedade: a pontuação inicial era de 9,6 e após 12 semanas de tratamento, reduziu para 0,7.
– Para depressão: inicialmente era 5,7, após 0,8.
– Sintomas físicos: antes 7, depois 0,2.
– Sintomas vasomotores: inicialmente 4,6, após 0,1.
– Para libido: antes 2,3, após 1,1.
– Número de fogachos: antes 29,3, após 1,4.

A parte utilizada do lúpulo são suas flores, e pode ser administrada por via oral em adultos. A posologia recomendada varia conforme a forma de preparo:

– Tintura (de 2 a 20 mL ao dia).
– Extrato seco padronizado em 5% flavonoides (150 mg, duas vezes ao dia).
– Pó (500 mg, de uma a três vezes ao dia).

Contudo, é importante ressaltar as contraindicações do lúpulo. O princípio amargo resinoso pode causar náuseas e vômitos em doses elevadas, enquanto a manipulação da planta pode desencadear alergias respiratórias. Além disso, o lúpulo é contraindicado em casos de insuficiência renal, disfunção hepática, gravidez, lactação e diabetes. É recomendável sempre consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tratamento com lúpulo, a fim de garantir segurança e adequação ao caso específico.

FONTE:
Aghamiri V, Mirghafourvand M, Mohammad-Alizadeh-Charandabi S, Nazemiyeh H. The effect of Hop (Humulus lupulus L.) on early menopausal symptoms and hot flashes: A randomized placebo-controlled trial. Complement Ther Clin Pract. 2016 May;23:130-5. doi: 10.1016/j.ctcp.2015.05.001. Epub 2015 May 12. PMID: 25982391.

Eduardo Maia

CEO EDUARDO MAIA

Farmacêutico & Fitoterapeuta Clínico
Consultor Técnico Regulatório
Professor Digital

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