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Erva-cidreira (Melissa officinalis): Conheça seus benefícios e usos

Resumo: A Erva-cidreira (Melissa officinalis L.), uma planta perene aromática, pertencente à família Lamiaceae, é reconhecida por suas propriedades medicinais. Suas folhas contêm um óleo essencial rico em citral, citronelal e outros compostos, sendo usada para aliviar cólicas abdominais e como um suave calmante para ansiedade e insônia. A parte utilizada são as sumidades floridas, com a via de administração oral e uso indicado para adultos. Suas formulações caseiras incluem infusões para dores de cabeça e ansiedade, além de um tônico facial e um banho relaxante. Apesar de seus benefícios, é importante destacar as contraindicações, como evitar em casos de hipotiroidismo e usar com cautela em pessoas com pressão baixa.

Nome Científico: Melissa officinalis L.
Família: Lamiaceae (Labiatae)

Nomes Populares: Erva-cidreira, Melissa, Cidreira-verdadeira, Melitéia, Chá-da-França, entre outros.

Descrição Botânica: A Erva-cidreira, nome científico Melissa officinalis L., é uma planta herbácea perene e aromática, crescendo ereta ou com ramos ascendentes, podendo atingir de 30 a 60 cm de altura. É nativa da Europa e Ásia, porém cultivada no Brasil. Suas folhas, de textura rugosa, medem de 3 a 6 cm de comprimento. As flores cremes aparecem em racemos axilares, principalmente em regiões de altitude no Sul. A multiplicação é feita por estacas e sementes.

Composição Química: A Erva-cidreira apresenta em sua composição um óleo essencial rico em citral, citronelal, citronelol, limoneno, linalol e geraniol, além de taninos, ácidos triterpenóides, flavonoides, mucilagens, resinas, substâncias amargas e glicosídeos presentes no óleo essencial. A composição do seu óleo essencial assemelha-se, até certo ponto, a um dos quimiotipos de Lippia alba.

Marcador: A planta compreende folhas secas de Melissa officinalis L., com no mínimo 4,0% de derivados hidroxicinâmicos totais, pelo menos 2,0% de ácido rosmarínico e um mínimo de 0,6% de óleo volátil.

Indicações Fitoterápicas: Utilizada para cólicas abdominais e como um suave calmante em casos de ansiedade e insônia.

Parte Utilizada: Sumidades floridas
Via de Administração: Oral
Uso: Indicado para adultos

Posologia e Modo de Uso:
Infusão: 2 a 4g (1 a 2 colheres de sobremesa) em 150 mL (xícara de chá). Consumir 1 xícara de chá de 2 a 3 vezes ao dia.

Formulações Domésticas:
Dores de Cabeça, Digestão e Ansiedade: Em 1 xícara (chá), colocar 1 colher (sobremesa) de folhas e ramos frescos ou secos, adicionar água fervente, abafar e coar. Tomar 1 xícara de chá de manhã e à noite.
– Calmante e Insônia: Preparar uma mistura com 1 colher (sopa) de folhas e ramos frescos ou secos, 1 colher (sobremesa) de camomila e um pedaço de casca de laranja ou limão em 1 xícara (chá) de água fervente. Abafar por 10 minutos e coar. Tomar 1 xícara à noite, 30 minutos antes de dormir.
– Tônico Facial: Misturar 3 colheres (sopa) de folhas e ramos florais, 1 colher (sopa) de alfazema e 1 colher (sopa) de camomila com 1 xícara (chá) de álcool a 50%. Deixar em maceração por 10 dias, coar e aplicar no rosto antes de dormir.
– Banho Relaxante: Adicionar 5 colheres (sopa) de folhas e ramos florais picados em 1/2 litro de água fervente. Esperar amornar, coar e adicionar à água morna do banho. Fazer um banho de imersão por 15 minutos antes de dormir.

Contraindicações: Não indicado para pessoas com hipotiroidismo (função reduzida da tireoide). Utilizar com cuidado em pessoas com pressão baixa.

Curiosidades e Informações Adicionais:
– O uso de compressas das folhas nas mamas de gestantes melhora a lactação e previne o entupimento mamário.
– Não deve ser confundida com outras espécies, como o Capim-limão (gênero Cymbopogon) e a Erva-cidreira-brasileira (gênero Lippia).
– É utilizado como aromatizante em culinária e licores.
– Suas flores atraem abelhas e insetos devido ao néctar abundante.
– No Brasil, o surgimento de flores é raro.

REFERÊNCIAS:
BRASIL. Farmacopeia Brasileira. 6ª ed. Volume 2. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa. 2019
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada n. 10, de 9 de março de 2010. Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Diário Oficial [da] União da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 10 mar. 2010d. Não paginado.
GARCIA, AA. et al. Fitoterapia. Vademécum de prescripción. Plantas medicinales. 3ª ed. 1999.
MATOS, FJA. Plantas medicinais. Guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no Nordeste brasileiro. 2ª ed. Editora UFC. Fortaleza, 2000.
MILLS, S; BONE, K. The essential guide to herbal safety. Elservier. 2004.
PROPLAM – Guia de Orientações para implantação do Serviço de Fitoterapia. Rio de Janeiro. 2004.
SIMÕES, CMO. et. al. Plantas da medicina popular no Rio Grande do Sul. 5ª ed. Editora da Universidade UFRGS. 1998.
WITCHL, M et al. Herbal drugs and phytopharmaceuticals. A handbook for practice on a scientific basis. 3 ed. Medpharm. CRC Press. Washington. 2004.

Eduardo Maia

CEO EDUARDO MAIA

Farmacêutico & Fitoterapeuta Clínico
Consultor Técnico Regulatório
Professor Digital

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